quinta-feira, 7 de março de 2013

o gelo












Modificações, mudanças, promessas, cinco tostões de ódios já digeridos e outras coisas sem valor amontoadas a um canto, histórias que nunca mais se repetirão, as melhores e as outras, e a vontade a acender-se contra as rugas das paredes; ásperas também as recordações e os desejos, esses menos porque toda a tempestade amaina, tarde ou cedo; e as vidas a resolverem-se, nem bem nem mal que o bem-estar alheio só o é para os olhos menos avisados; tomara ter a menos o peso do lastro que fica fechado entre muros ou ser herdeira de portas encerradas e estar para lá das fechaduras, sem esta demora nas soluções ou esta vontade miudinha de desistir, que a vida não pode adiar-se nem fechar-se entre o sol filtrado e o gelo que se instala quando cai a noite.



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